Cap 1 - Oh Brave New World

Ulric coçava um pouco a cabeça olhando aos redores da forja, um tanto encantado com tudo aquilo, mas ao mesmo tempo confuso

- Acredito que precisarei de sua ajuda com isso, senhorita Dynalle, eu entendo de caça, mas a minha besta eu a ganhei do meu mestre e nunca vi nenhum outro tipo, e o mesmo vale para os meus trajes.

Ulric passava a mão em sua barba enquanto pensava e suspirava antes de falar.

- Contra as feras acredito que toda proteção é pouca, pois suas garras e dentes costumam ser muito afiadas.. eu já pensei em usar um pequeno escudo preso ao braço contra alguns golpes com garras, mas fico com medo de prejudicar a minha mobilidade. Vou tentar resumir, algo que não prejudique a minha movimentação e melhore a minha defesa, quanto ao ataque..eu acredito que se não tiver uma besta por aqui eu tenho uma ideia.. mas eu precisaria da sua ajuda e da ajuda do Senhor Domn.

A ruiva pensa com os braços cruzados e tem um estalo - Me acompanhem, por favor. - rapidamente ela abre a porta dupla de madeira da loja, revelando uma pequena coleção de armas e armaduras de ferro, trabalhadas de maneira simples mas eficaz. Ela passa por detrás do balcão da loja, e desamarra seu avental, revelando suas costas nuas, logo depois coloca o restante o macacão  e se vira novamente para vocês. - Então o cavalheiro quer uma armadura resistente, leve e que não comprometa seus movimentos... pra começo de conversa, quanto dinheiro estão dispostos a gastar? Geralmente esses projetos não são muito baratos - Ela faz uma pausa - A menos que me forneçam o material, e então o custo seria bem reduzido...

Sem dar tempo para uma resposta, ela puxa um rolo de papel grande de um tubo com tantos outros rolos dentro, deslizando os olhos pela planta aberta no balcão:

- Malaquita, Bronze Élfico, Escamas Draconianas, Liga de Cristal, Couro de Minotauro... Temos muitos materiais de grande leveza e resistência para se trabalhar, vocês podem fornecer o material ou pagar o preço. - Ela analisa Ulric com um olhar analítico - Pra você grandão, o projeto sairia um pouco acima da media devido a sua estatura, mas nada muito escabroso. - ela olha o resto do grupo- E quando a vocês? Vão querer alguma encomenda?

-Ah sim. - se esticando, Dom aponta para o escorpião de ferro que Ulric ainda levava. -Que tal usar isso como material?

-E, uh, pra mim... um peitoral, como a Dy falou. E quem sabe um escudo leve?

Ele não fazia a menor ideia do que tava falando.

Primeiramente, nobre mago ou oque-quer-que-seja, um escudo nunca é demais, mas deve ser leve para ser compatível com sua constituição, e quanto a trajes, acredito que seja melhor procurar por uma loja arcana. - ela se vira para Dynalle - Meu nome é Erjnia, muito prazer e me desculpe por não me apresentar, essas cerimônias para reposicionar a cidade sempre me deixam nervosa. - Ela suspira enquanto percebe que esta saindo do assunto - Pois bem, os mais comuns na região são a Liga de Cristal e a Malaquita, na Caverna de Cristal abaixo da cidade, pode ser extraído de monstros específicos lá em baixo por pessoas que saibam minimamente fazer isso - Ela fecha o pergaminho - E então, o que vai ser?

Coço o queixo, refletindo.

- Se formos depender exclusivamente dos materiais que a senhora disponibilizar, qual quantia seria necessária?

- Erjnia..

Ulric falava baixo e ficava aéreo novamente ao ouvir o nome da ferreira e novamente voltava a balançar a cabeça logo depois ao ouvir sobre os monstros.

- E sobre as armas, a unica coisa que tenho é isto, então qualquer coisa melhor serviria, mas eu queria me manter com a besta, acho que as minhas ideias de projeto não devem ajudar, não consigo por elas no papel muito bem.

Ulric mostrava sua besta a Erjnia durante o dialogo.

Ela se dirige a Dynalle:

- Depende, vou precisar saber exatamente quem vai querer oque... Precisamos definir isso primeiramente...

E então ela se vira a Ulric:

Armas de longa distancia nunca foram meu forte, se quiser poso lhe indicar uma boa loja pra esse tipo de coisa - ela sorri.

Enquanto isso, Domn e somente Domn ouve uma voz baixa e sussurrante:

- a voz se intensifica -

-Ah.

Fazendo um sinal para que os outros esperem um pouco, Dom pega o cristal e o encosta em sua tempora.

-Temo não ser possível. Culpa do arco endiabrado que drena mana. Diga, que tipo de ajuda?

Ele explica que quer ajudar com o debate de armas e armaduras e indica que se estiver não muito próximo do arco, não terá problemas.

-Eeeeh... porque não.

Dom da um passo pra longe dos outros, especialmente da criatura com o arco endiabrado, e invoca o esqueleto num tosco POOF de fumaça branca.

Para quem quiser se ambientar:



-O cavaleiro esqueleto veste uma armadura acabada e destruída com alguns detalhes coloridos -


Papyrus para com a mandíbula aberta, olhando Erjnia e seu ultimo botão do macacão solto revelando um decote generoso. Ele se recompõe, se endireita e continua, virado para vocês três:


- Ele se aproxima de Domn e o cutuca com o ombro esquelético -

- Desculpe a pergunta um pouco fora de assunto, mas a senhorita Erjnia cuida desta forja sozinha? Há tantas armas e armaduras e tantos projetos de armas que acabou me deixando um curioso.

Ao terminar de falar Ulric ficava feliz em ver novamente o esqueleto e apertava a mão dele quando ele terminava de explicar sobre as armaduras.

- Já faz um tempo senhor esqueleto, ainda não sei o seu nome, mas obrigado por tentar me ajudar com os zumbis com seus movimentos estranhos, é  uma pena que eles não se interessaram.

Papyrus prontamente responde Dynalle -


Logo após, Erjnia responde - Primeiro eu preciso medi-los - e ela saca uma fita métrica comum e se aproxima - Se importa?

Enquanto isso, ela responde Ulric - Curioso perguntar, grandão, sou apenas eu, algumas vezes tenho ajuda de minha irmã e de meu aprendiz, mas a maioria do tempo sou eu quem faz a forja. Ja o material eu compro dos mercadores viajantes, mais pratico.

Ulric soltava a mão de Papyrus e olhava as peças de metal, dentre outras ligas, encantado com o que via.

- Desculpe pela pergunta, eu aprecio muito o trabalho manual, mas eu sempre vivi no pais do metal,por lá ter tanta tecnologia é mais difícil de se ver trabalhos manuais, ainda mais com essa quantidade e qualidade vindo de apenas uma pessoa, pra mim é algo incrível ter vindo tão longe e ver isto com meus próprios olhos. Ahh e antes que eu me esqueça, meu nome é Ulric, mas pode me chamar como preferir, é um prazer em lhe conhecer.

Ulric fazia uma pequena reverência com a cabeça ao terminar de falar.

O esqueleto parece estar levemente corado enquanto que sua mão se destaca do antebraço enquanto Ulric a puxava - Ohh um apreciador de peças de arte - ele pigarreia (inexplicavelmente) e remove a braçadeira do toco de ossos onde sua mão estava presa, exibindo-a ao nórdico - Essa braçadeira bem como toda a armadura e suas decorações foram feita por mim! Fabuloso, não?

Você notam que a armadura de Papyrus consiste de um peitoral abaloado repleto de pequenos símbolos do lado direito, ombreiras igualmente arredondadas, um saiote pequeno de metal e retalhos e botas de couro com pequenas tiras de ferro. Todo o conjunto, exceto as botas, são cinzas com pequenos adornos laranjas como um trapo em volta do pescoço. Curiosamente não porta arma alguma nem elmo.

Erjnia se aproxima de Dynalle e toma suas medidas sem cerimonias com uma fita verde com diversas marcações enrolada em seu punho. Ombros, Busto, Quadril, Canelas, Braços, Bojo, tudo é medido enquanto a ferreira aparenta uma profunda concentração executando a tarefa, um foco muito parecido ao de quando estava forjando do lado de fora da loja antes de vocês a encontrarem. Ela rapidamente termina, toma nota de tudo e pouco antes de se aproximar de Ulric para repetir o processo, ela para com um olhar fixo para Dynalle:

- Espera um pouquinho ai... - Ela aponta o dedo - você também é uma mestiça?

Ulric olhava a braçadeira de Papyrus e os demais detalhes de sua armadura, olhando o máximo de detalhes que podia.
- Parece ser uma boa armadura, senhor esqueleto, agora que tive tempo de olha-la eu gostei do desenho dela, acredito que combina com o senhor.Acredito que já tenha ouvido falar meu nome, mas se não tiver, me chamo Ulric e como você se chama?

Ao ouvir Erjnia, Ulric voltava a sua atenção um momento para a ferreira.

- A senhorita não parece ter orelhas como a senhorita Dynalle.

O Belathor ainda não entendia muito bem sobre a ideia dos mestiços, Dynalle seria uma das poucas que havia conhecido, além de alguns que havia visto durante suas viagens

Erjnia se apoia no balcão com os cotovelos e uma expressão contemplativa - Sim, eu sou filha de um Fossor e de uma Sapiens, embora nunca tenha os conhecido de fato porque eu e minha irmã fomos abandonadas quando muito pequenas - Ela faz uma pausa e sorri - Mas nem por isso deixamos nosso destino por conta da sorte, desde pequenas fazíamos entregas pela vizinhança em troca de umas moedas. De moeda em moeda juntamos os trocados para abrir uma modesta venda de artesanato, de inverno em inverno as coisas melhoravam um pouco até que o Dr. Cid - Domn despertou de seu sonambulismo social abruptamente ao ouvir isso - nos concedeu uma casa digna e uma oportunidade unica para melhorar nossa vida. - Ela olha em volta - eu consegui comprar essa pequena forja há 1 ano e minha irmã um alfaiataria na cidade alta, desde então tentamos prover ao Dr. Cid tudo que ele nos proporcionou... - Ela da um estalo e fica corada e coça a nuca - Ah mas que tola sou eu, vocês vieram tratar de negócios e acabam com uma ferreira tagarela que conta a historia de vida dela hahahahahah.

Durante todo o discurso, Papyrus ficou falando alguma coisa desinportante sobre Spagethi, Gelo e Enigmas.

Ulric sentiu um calafrio ao ver o decote avantajado se salientar quando Erjnia se apoiou no balcão.

Ulric balançava um pouco a cabeça como antes e voltava a se focar em olhar nos olhos de Erjnia.

- Não diga isso senhorita Erjnia, é sempre bom ouvir uma boa historia, ainda mais uma que conta de uma vida cheia de esforço e dedicação que esta tendo o seu "final" feliz, espero que você e sua irmã prosperem com o seu negócio, além do que depois de ver o seu trabalho, eu tenho certeza que poderei recomendar a sua forja a todos que eu encontrar durante as minhas viagens.

Ulric depois de tanto tempo que não o fazia, o Belathor mostrava o minimo sorriso no canto de sua boca, mesmo que não fosse muito, era algo incomum para ele.

- E se não se importar, em outra ocasião seria um prazer ouvir mais sobre a sua história.

- Ah-

Quase como se tivesse levado um choque, o pequeno mago se levanta, finalmente desprendendo sua atenção do Grimório.

- Espera. Cid... O Doutor Eduard Ciedvahr? Ele mora aqui?

Parecia que Dom só tinha duas velocidades de fala: 'Calmo e letárgico' ou 'Esquilo hiperativo entorpecido'. No presente momento ele estava na segunda velocidade.

Ele praticamente teleporta para entre as duas mestiças, bombardeando perguntas como 'Onde posso encontra-lo', 'Ele vem aqui', 'Quando eu posso falar com ele' e por aí vai.